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Pró-reitora de ensino fala sobre a quebra de paradigmas de gênero na instituição
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Última modificação: 6 de Março de 2017 às 15:35
Seguir uma profissão tradicionalmente exercida por homens não fez com que a engenheira mecânica e atual Pró-Reitora de Ensino do IFPB, Mary Roberta Meira Marinho, se sentisse desconfortável.
Mary Roberta vem de uma trajetória de quebra de paradigmas de gêneros desde a sua formação, em que cursou o técnico em mecânica, na antiga escola técnica, e seguiu a carreira de engenheira mecânica até ser a primeira mulher a exercer a função de Pró-Reitora de Ensino no IFPB.
Ela conta que aos 15 anos ingressou na antiga escola técnica, no curso de mecânica e a escolha pela área se deu pelo deslumbramento do movimento das máquinas e pela possibilidade de fazer com que ela funcionasse e pudesse ajudar as pessoas a desenvolver um trabalho.
Mary afirma que na época em sua turma só havia duas mulheres e durante o estágio enfrentou dificuldades, pois as empresas tinham preferência por contratar homens. O mesmo quadro se apresentou, após se formar em engenharia mecânica e participar de uma seleção para trabalhar em uma empresa. “Passei na prova escrita e na entrevista fui descartada. Foi um momento de bastante relevância para mim e que teve uma associação direta com o gênero e não com a competência, mas isso não me deixou desanimada e eu segui em frente”.
Hoje como a primeira mulher a ser pró-reitora de ensino no IFPB, ela conta que se sente bem recebida pela comunidade. “Ter o nosso trabalho reconhecido e bem aceito pela comunidade, mostra que as mulheres podem e devem abraçar a carreira de gestão. Ao todo, somos três pró-reitoras, o que representa um equilíbrio, um tratamento igualitário por parte da gestão”, enfatiza.
Aos poucos, a mulher vem conquistando seus espaços dentro de uma instituição que foi, por tanto tempo, ocupada por homens. O novo estatuto do IFPB já prevê que deve haver uma representação mínima de 30% de cada gênero na composição do conselho superior e também nos cargos de direção dos campi. “Temos avançado também através da publicação de livros, de projetos de pesquisa e extensão que tratam sobre a temática da mulher”, disse Mary. Ela ressalta a importância da temática ser levada e discutida em sala de aula. “Precisamos fazer com que os alunos saibam o que representa o 8 de março do ponto de vista histórico, fazendo com que se posicionem hoje e que no futuro tenhamos uma sociedade mais igualitária”, destaca.
Mary Roberta finaliza com uma mensagem de motivação a todas as mulheres do IFPB: “Que não apenas nesse dia 8 de março como também durante todo o ano, nós não nos esqueçamos da nossa luta, não no sentido de querer ser melhor, mas no sentido de conquistar nossos espaços de igualdade; que a gente continue dando testemunhos positivos e que no futuro possamos estar de mãos dadas com os homens na construção de uma sociedade melhor”.
Texto: Patrícia Nogueira – jornalista do IFPB